Donald Trump, o presidente eleito dos Estados Unidos, está deixando claro como pretende governar. Após uma série de nomeações para cargos-chave, fica evidente que o ex-presidente busca cercar-se de aliados extremamente leais, sem se importar com a idoneidade ou as credenciais de seus escolhidos. Ao invés de se preocupar com a competência ou experiência dos indicados, ele parece priorizar a lealdade incondicional e a adoção de posturas ideológicas radicais.
Entre as nomeações mais controversas, destaca-se a escolha de Robert F. Kennedy Jr. para o cargo de secretário de saúde. Conhecido por sua postura antivacina, Kennedy, que já foi um respeitado ativista ambiental, agora promove teorias da conspiração e tratamentos desacreditados para a Covid-19, além de espalhar desinformação sobre vacinas e saúde pública. A nomeação, que não causou surpresa, é vista como um reflexo das intenções de Trump de desmantelar as estruturas de saúde pública estabelecidas, colocando à frente um defensor do caos.
Outro nome controverso é o de Matt Gaetz, indicado para procurador-geral. Gaetz, que foi alvo de investigações federais por acusações graves, incluindo tráfico sexual infantil, foi escolhido para comandar o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o que levanta questões sobre o comprometimento de Trump com a moralidade e a lei. Muitos especulam que Gaetz, embora improvável de ser confirmado pelo Senado, seja uma espécie de isca para desviar a atenção de outras escolhas igualmente problemáticas.
Além disso, Trump nomeou Tulsi Gabbard, uma ex-congressista que migrou para o Partido Republicano, para a posição de diretora de Inteligência Nacional. Gabbard, que tem laços com o regime de Bashar al-Assad e tem sido uma defensora da propaganda russa, levanta sérias preocupações sobre sua capacidade de proteger os interesses dos EUA e de seus aliados. Sua postura alinhada à Rússia compromete a confiança de parceiros internacionais em uma área vital como o compartilhamento de inteligência.
No Pentágono, Trump escolheu Pete Hegseth, apresentador de TV com pouca experiência em gestão militar, mas com uma postura extremista, incluindo apoio a ideais ultranacionalistas cristãos e a reconstrução do Templo de Jerusalém. Sua nomeação, assim como a de outros aliados como Mike Huckabee, embaixador de Israel, reflete a radicalização de políticas externas que priorizam ideologias religiosas em detrimento de soluções diplomáticas.
Essas escolhas, embora escandalosas por si mesmas, fazem parte de uma estratégia maior. Alguns observadores acreditam que Trump esteja tentando desviar a atenção da verdadeira agenda: garantir a dominação política e enfraquecer instituições essenciais, criando um governo de caos onde ele se torna a única figura de poder.
A prioridade de Trump, como sempre, parece ser a lealdade absoluta. Ao nomear figuras com um histórico questionável e uma ideologia radical, Trump espera garantir uma base de apoio que lhe seja fiel, independente dos danos que essas escolhas possam causar à estrutura governamental dos Estados Unidos. Enquanto isso, ele manipula suas nomeações de forma calculada, sabendo que algumas delas provavelmente não passarão pelo Senado, mas servem para garantir que seus aliados leais obtenham os cargos mais importantes.
Agora, a questão é: como o Senado, especialmente os republicanos, reagirá a essas nomeações? Eles vão sucumbir à pressão e permitir a ascensão de figuras controversas e extremistas, ou resistirão a esse projeto autoritário e defendem os princípios democráticos e a integridade das instituições? O tempo dirá, mas, diante dos últimos anos de governo Trump, a preocupação é palpável.