A menos de dois meses de seu retorno à Casa Branca, Donald Trump tem agitado o cenário político dos Estados Unidos com uma série de escolhas controversas para seu gabinete. Ao se cercar de aliados leais e figuras polarizadoras, ele sinaliza a intenção de implementar rapidamente políticas agressivas e questionar o papel de instituições fundamentais, como o Judiciário.
Com a vitória sobre Kamala Harris nas eleições de novembro, Trump começa a preparar sua administração para focar em algumas das promessas mais ousadas de sua campanha. Entre as escolhas que chamam atenção estão figuras com um histórico de posições radicais, como Tom Homan, nomeado czar das fronteiras, e Kristi Noem, indicada para a Secretaria de Segurança Interna. A ênfase inicial parece ser na imigração, com planos para uma massiva deportação de imigrantes ilegais logo no primeiro dia de governo.
As nomeações de figuras como Stephen Miller, defensor de políticas extremas de imigração, e Pete Hegseth, crítico das políticas “woke” do Pentágono, também indicam que a administração Trump pode adotar uma postura mais nacionalista e menos conciliatória, principalmente no que diz respeito à defesa e segurança interna.
A escolha de figuras como Tulsi Gabbard, ex-congressista que critica abertamente a administração Biden, e Matt Gaetz, congressista da Flórida envolvido em escândalos pessoais, para posições de liderança em áreas como inteligência e justiça, sugere uma linha de governo mais alinhada com interesses ideológicos específicos, podendo colocar em risco a independência do Judiciário e até mesmo dar mais poder ao executivo.
Com uma série de nomeações que provocam tanto apoio quanto oposição, Trump parece determinado a estabelecer um governo de ação imediata, buscando consolidar sua base e implementar suas políticas sem muitas restrições. Entre suas promessas estão a imposição de tarifas sobre bens importados, a revisão das políticas ambientais e a reestruturação das relações externas, com uma ênfase particular na redução do papel das instituições e no fortalecimento de sua própria liderança.
Essa abordagem não só reflete a continuidade de sua agenda populista e nacionalista, mas também levanta questões sobre os limites do poder executivo e os impactos na democracia americana. O retorno de Trump à Casa Branca parece sinalizar um governo mais autoritário e polarizador, capaz de provocar grandes divisões no país, enquanto tenta reverter o legado da administração anterior.