A recente tentativa de assassinato do ex-presidente Donald Trump, orquestrada pelo Irã, não é apenas uma ameaça direta à democracia americana, mas também um sinal claro de que o regime de Teerã está disposto a cruzar todas as linhas vermelhas. Este ataque não pode ser tratado como uma simples provocação, e o presidente Biden deve responder de maneira contundente. O governo dos EUA deve ir além de medidas superficiais, como acusações contra indivíduos de baixo escalão: é hora de uma retaliação militar direta, implacável e devastadora, que reforce a segurança nacional e reestabeleça a ordem no cenário internacional.
A estratégia de retaliação deve ser focada na eliminação das capacidades da Guarda Revolucionária Islâmica (IRG), uma força paramilitar com mais de 100.000 combatentes, que não apenas domina o Irã, mas tem impacto significativo em toda a região do Oriente Médio. A IRG não é apenas uma ferramenta de repressão interna, mas uma máquina de violência transnacional, que instiga conflitos em países como Síria, Iémen e Líbano, além de apoiar organizações terroristas como o Hamas. A ameaça que essa força representa não pode ser subestimada; ela é a espinha dorsal do regime iraniano e uma das principais responsáveis pela instabilidade que assola o Oriente Médio há mais de três décadas.
Além de sua atuação militar, a IRG controla vastos interesses econômicos dentro e fora do Irã, dominando até um terço da economia iraniana e se envolvendo em atividades ilícitas, incluindo tráfico de armas e drogas, muitas vezes em colaboração com cartéis russos. Esse império econômico está intrinsecamente ligado à perpetuação de um regime que desrespeita os direitos humanos e desafia a ordem internacional. Portanto, uma retaliação focada na IRG não só enfraqueceria o regime de Teerã, mas também atingiria as fontes de sua capacidade de financiar a violência e o extremismo.
No entanto, a resposta dos EUA não deve ser apenas militar. Uma estratégia integrada deve envolver também um combate eficaz à propaganda iraniana, com uma campanha digital direcionada ao próprio povo iraniano. A falta de apoio popular à IRG, especialmente após as repressões de protestos em 2019 e 2022, torna esse tipo de ação ainda mais pertinente, já que enfraquece o regime de dentro para fora. Expor as verdadeiras intenções da IRG e suas conexões com o crime organizado pode ser um golpe fatal para a sua credibilidade.
A retaliação não pode ser uma ação isolada, mas parte de uma estratégia mais ampla para preservar a estabilidade global e a segurança nacional dos EUA. Ao agir decisivamente contra o Irã, os EUA enviariam uma mensagem clara a todos os adversários: qualquer ataque aos interesses americanos será tratado com a força necessária, independentemente das divisões internas do país. A ameaça do Irã é real, e o risco de um conflito de maiores proporções é iminente, especialmente se os EUA não tomarem medidas enérgicas para neutralizar essa força expansiva.
Além disso, essa ação não deve ser vista como uma simples resposta ao passado, mas como um movimento estratégico para moldar o futuro da região. O fracasso em reagir de forma adequada pode abrir portas para a intensificação de um conflito global, possivelmente até uma terceira guerra mundial, se a comunidade internacional não for firme o suficiente em suas ações. A segurança dos Estados Unidos deve ser a prioridade máxima, e a resposta do governo Biden deve refletir essa urgência, com ações que protejam não só a soberania americana, mas também a estabilidade do sistema internacional.
Bill King, em sua análise, enfatiza que uma retaliação pontual não é suficiente. O Irã, como uma potência regional, representa uma ameaça de longo prazo e deve ser enfrentado com uma estratégia multifacetada que, além da força militar, inclua uma campanha diplomática vigorosa e uma mobilização global contra o terrorismo. A hora de agir é agora, e a ação precisa ser decisiva para garantir que o futuro da segurança global não esteja comprometido por um regime que tem demonstrado repetidamente seu desprezo pelas normas internacionais e pela vida humana.
Bill King é um empresário e advogado, ex-colunista de opinião e membro do conselho editorial do Houston Chronicle. Ele é autor de “Unapologetically Moderate” e escreve sobre uma ampla gama de questões de política pública e assuntos políticos.