A higiene hospitalar é um dos fatores mais críticos na prevenção de infecções e na segurança de pacientes e profissionais da saúde. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 7% dos pacientes internados em países desenvolvidos e até 15% nos países em desenvolvimento contraem infecções hospitalares, muitas das quais poderiam ser evitadas com medidas adequadas de limpeza e desinfecção.
No Brasil, dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revelam que cerca de 100 mil pessoas morrem anualmente devido a complicações causadas por infecções hospitalares. Os principais agentes causadores dessas infecções são bactérias multirresistentes, como a Klebsiella pneumoniae e o Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), que prosperam em ambientes onde a assepsia não é rigorosa.
Tecnologias e Treinamento na Limpeza Hospitalar
Para enfrentar esse desafio, hospitais em todo o país têm investido em tecnologias modernas e capacitação contínua das equipes de limpeza. Protocolos de desinfecção que incluem o uso de lâmpadas de luz ultravioleta para esterilização de ambientes, aspiradores hospitalares com filtros HEPA e a utilização de desinfetantes de última geração estão se tornando cada vez mais comuns.
Um exemplo desse compromisso é observado no Hospital Municipal de Belo Horizonte, que recentemente modernizou sua lavanderia hospitalar, reduzindo em 60% a contaminação cruzada de roupas de cama e uniformes. Segundo a administração, a adoção de um novo sistema de lavagem industrial e a separação entre roupas limpas e sujas em setores distintos garantiram maior segurança para pacientes e profissionais.
O Impacto da Higiene na Redução de Custos Hospitalares
Além de preservar vidas, a melhoria da higiene hospitalar também tem impacto econômico. Um estudo publicado na revista The Lancet Infectious Diseases indicou que cada infecção hospitalar pode aumentar os custos de internação em até 40%, devido ao maior tempo de permanência do paciente, uso prolongado de antibióticos e necessidade de procedimentos adicionais.
Com a crescente preocupação com a resistência antimicrobiana, instituições de saúde têm investido também na educação dos profissionais. No Hospital Regional de Curitiba, por exemplo, treinamentos periódicos são realizados para a equipe de limpeza, garantindo que procedimentos adequados sejam seguidos rigorosamente. “Nosso trabalho é essencial para garantir que os ambientes hospitalares sejam seguros para todos. Seguimos um protocolo rigoroso para evitar riscos de contaminação”, afirma Sandra Melo, funcionária da equipe de higienização.
Um Compromisso Contínuo
Especialistas alertam que a implementação de medidas de segurança deve ser constante e atualizada conforme avançam as pesquisas na área de prevenção de infecções. A certificação hospitalar, como a concedida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), tem se tornado uma exigência cada vez mais comum para garantir que os hospitais sigam padrões rigorosos de segurança e qualidade.
A adoção de protocolos de higiene hospitalar rigorosos não é apenas uma questão de cumprimento de normas, mas sim um fator essencial para salvar vidas e garantir um atendimento de qualidade a todos os pacientes.