Na abertura da cúpula do G20 nesta segunda-feira (18), no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou sua liderança em temas globais ao lançar a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, um marco da presidência brasileira no grupo. Com o objetivo de enfrentar os desafios humanitários mais urgentes do planeta, a iniciativa já conta com a adesão de 81 países, incluindo quase todos os membros do G20, além de 64 organizações internacionais.
O evento, realizado em um contexto de crescentes desigualdades globais e crises humanitárias, destacou a postura combativa de Lula contra o que ele chama de decisões políticas que perpetuam a exclusão social. “A fome e a pobreza não são fruto de escassez ou fenômenos naturais, mas de escolhas políticas equivocadas”, afirmou o presidente. Sua mensagem foi clara: é hora de o G20 agir com coragem para reverter essa realidade.
Uma Aliança com ambições globais
Lula definiu a Aliança como o principal legado de sua gestão no G20, voltada à articulação de políticas públicas eficazes e ao fortalecimento de financiamentos destinados a eliminar a fome e a pobreza. “Não se trata apenas de fazer justiça. Essa é a condição indispensável para a paz e a prosperidade no mundo”, declarou. A iniciativa foi bem recebida por nações e entidades internacionais, com exceção da Argentina, único membro do G20 que ainda não aderiu.
Ao conectar crises como mudanças climáticas, desigualdades estruturais e os impactos persistentes da pandemia de covid-19, Lula destacou a urgência de ações coordenadas. “Estive na primeira reunião de líderes do G20 em 2008, durante a crise financeira. Dezesseis anos depois, vejo com tristeza que o mundo está pior”, lamentou, ao criticar a falta de progressos substanciais em questões sociais e ambientais.
O peso do discurso e a liderança no palco global
A postura de Lula no G20 contrasta com a apatia observada em lideranças globais nos últimos anos. Ao vincular o combate à fome e à pobreza à estabilidade mundial, o presidente brasileiro articula uma narrativa em que a solidariedade internacional é essencial para o avanço civilizatório.
Com a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, Lula não apenas reafirma o protagonismo brasileiro no cenário mundial, mas também posiciona seu governo como defensor dos mais vulneráveis, buscando reconstruir um senso de justiça e equidade em escala global.
O desafio agora é transformar palavras em ações concretas. No entanto, com sua história marcada pela superação e compromisso com a inclusão social, Lula demonstra que está disposto a liderar esse esforço, mesmo em um cenário internacional repleto de incertezas e tensões.
Se o G20, sob sua presidência, conseguir avançar nessa direção, o Brasil terá reafirmado sua capacidade de influenciar positivamente a agenda global.