A China acaba de dar um passo inédito na corrida espacial ao autorizar, pela primeira vez, a participação de uma empresa privada em uma de suas missões lunares. O grupo STAR.VISION Aerospace, em parceria com a Universidade de Zhejiang e a Universidade Técnica do Oriente Médio (Turquia), integrará a missão Chang’e-8, prevista para ser lançada em 2028.
O projeto prevê o envio de dois microrrobôs exploradores, cada um com cerca de 5 kg, que serão responsáveis por investigar o solo lunar na região do Polo Sul. O foco será a análise do regolito – o material granulado presente na superfície da Lua – com vistas à futura utilização de recursos in loco para a construção de bases habitáveis permanentes.
A missão Chang’e-8 faz parte dos planos ambiciosos da China de estabelecer uma Estação Internacional de Pesquisa Lunar até a década de 2030. O projeto também pretende desenvolver tecnologias para a construção de estruturas diretamente na Lua, além de avançar na exploração subterrânea do satélite.
A entrada do setor privado na exploração espacial chinesa marca uma mudança significativa na política do país, tradicionalmente centralizada no controle estatal. A medida se alinha a uma tendência global de parcerias entre governos e empresas privadas no setor aeroespacial, semelhante ao que já ocorre com a NASA nos Estados Unidos.
Além da Chang’e-8, outras iniciativas chinesas também têm sinalizado uma abertura ao setor privado, como a recente seleção de empresas comerciais para desenvolver naves de carga com destino à estação espacial Tiangong.
A expectativa é que essa nova fase estimule a inovação tecnológica, reduza custos e aumente a competitividade internacional no campo da exploração espacial.