Ele não é apenas uma ‘faixa’ instalada entre o piso e a parede: na arquitetura de interiores, o rodapé vem acompanhado de várias incumbências. Além de compor o estilo do ambiente como um elo que complementa o design, o recurso é acompanhado pela atribuição protetiva e até mesmo para incorporar resoluções como a passagem de instalações.
Segundo as arquitetas Elisa Maretti e Elisa Nicoletti, do escritório 4T Arquitetura, com o avanço tecnológico dos materiais o rodapé tem se reinventado, consolidando-se como um elemento central nos projetos contemporâneos. Veja como elas incluem o material nos projetos:
Proporção e impacto visual
De acordo com a dupla, a altura do rodapé deve dialogar com as proporções do ambiente. Como referência, elas explicam que modelos altos, com mais de 15 cm de altura, funcionam bem em espaços com pé-direito elevado, reforçando a sofisticação e equilibrando a composição. Em contrapartida, cômodos menores requerem o item entre 5 e 10 cm, especialmente em cores neutras ou próximas às do piso e parede, para criar continuidade visual. “Essa concordância é essencial para que o rodapé não esteja em conflito com o décor”, revelam.
Materiais: estética e durabilidade
Para as ‘Elisas’ Maretti e Nicoletti, a evolução nos materiais ampliou as possibilidades para rodapés. Além da madeira, um clássico que traz aconchego e elegância, o poliestireno destaca-se por ser resistente à umidade e fácil de instalar – atributos perfeitos para áreas molhadas. Elas também são fãs do porcelanato: nos espaços que recebem a aplicação desse revestimento, sua escolha é processo natural tanto pela praticidade e robustez.
Dados da National Association of Home Builders (NAHB) indicam que o porcelanato tem vida útil superior a 50 anos quando bem instalado e mantido, tornando-os uma solução esplêndida para a longevidade do projeto.
Tendências tecnológicas e minimalistas
No dormitório, o rodapé promoveu um desfecho impecável entre a parede da janela e o piso | Projeto: 4T Arquitetura
Experientes, as profissionais afirmam que o mercado tem valorizado os rodapés embutidos, que eliminam a interferência visual e integram a iluminação LED. “Essa é uma resposta interessante em projetos minimalistas, mas exigem mão de obra especializada e atenção redobrada na instalação”, reiteram.
Estudos do Lighting Research Center (LRC) indicam que a iluminação indireta em rodapés melhora o conforto visual e amplia a percepção de espaço, sendo especialmente útil em ambientes compactos.
Sustentabilidade em foco
Práticas sustentáveis também se aplicam aos rodapés, como os produzidos com poliestireno reciclado e a madeira de reflorestamento ou demolição. As profissionais do escritório 4T Arquitetura analisam que ambos são escolhas que equilibram design e responsabilidade ambiental. “Além de sustentáveis, podem ser reutilizados, contribuindo para reduzir o impacto ao longo de seu ciclo de vida”, analisam.
Rodapés como design e manutenção
Mais do que um detalhe técnico, o rodapé define o estilo do décor. Em propostas clássicas, modelos altos e ornamentados reforçam o caráter tradicional, enquanto os projetos modernos comportam opções retas ou embutidas que priorizam a simplicidade.
Por fim, a longevidade de um rodapé está diretamente ligada à sua manutenção. No dia a dia, a dupla indica limpezas regulares com produtos neutros, pois assim o morador preservará o material.
Sobre 4T Arquitetura
O escritório é a prova viva de pessoas que foram designadas a estarem juntas por toda vida: com a amizade dos pais e os mesmos nomes, Elisa Maretti e Elisa Nicoletti seguiram por mais uma similaridade que, anos depois, as uniriam definitivamente. Graduadas em arquitetura e urbanismo, trabalharam em outros escritórios e construtoras, até que em 2021 a amizade falou mais alto: nascia aí o 4T Arquitetura, resultado da somatória das duas letras ‘t’ em cada um de seus sobrenomes. Desde então, trabalham realizando sonhos, materializados em projetos de arquitetura, design de interiores, decoração e o acompanhamento de suas obras.
@4tarquitetura
Dezembro/ 2024