Desde a eleição de 2016, as tentativas de silenciar Donald Trump e seus aliados têm falhado de maneira retumbante, revelando uma falha crítica das elites políticas e midiáticas dos Estados Unidos. Enquanto as tentativas de “deplatformar” figuras como Trump, Elon Musk e Joe Rogan não surtem efeito, a ascensão de uma nova geração de radicais de direita sinaliza uma transformação definitiva no cenário político e cultural do país.
Nos últimos anos, o conceito de “gatekeeping” – o controle do discurso político através da exclusão de ideias, pessoas e movimentos indesejados – foi colocado à prova. O que parecia ser uma estratégia eficaz para excluir vozes extremistas do debate mainstream tem se mostrado completamente ineficaz, especialmente quando se trata de figuras como Donald Trump. Desde sua ascensão política em 2016, até a tentativa de deslegitimação após o ataque ao Capitólio em 2021, Trump tem sido alvo de uma constante pressão para ser silenciado. Mas, em um cenário político altamente polarizado, essas tentativas falharam espetacularmente.
O fracasso do gatekeeping: Trump e aliados sobrevivem
Após o ataque ao Capitólio, uma série de figuras políticas tentaram marginalizar Trump, sugerindo que ele fosse afastado da política de forma permanente. Mesmo Rupert Murdoch, proprietário do império midiático que inclui Fox News, tentou deslegitimar Trump. Em um e-mail de 8 de janeiro de 2021, Murdoch sugeriu que era necessário “fazer de Trump uma pessoa não existente.” No entanto, essas tentativas rapidamente se desfizeram à medida que Trump, com o apoio de sua base de eleitores, forçou uma reviravolta na narrativa, e Murdoch foi obrigado a voltar atrás. A realidade é que Trump não pode ser silenciado, já que sua base de apoio é sólida e imensamente leal.
A ascensão dos radicais de direita e a mudança na dinâmica política
O problema não se limita a Trump. Outros aliados e simpatizantes, como Elon Musk, Joe Rogan e Steve Bannon, também enfrentaram tentativas de cancelamento, mas continuam a prosperar. Musk, que recentemente adquiriu o Twitter (agora X), sofreu um colapso nas receitas publicitárias da plataforma, mas sua influência não diminuiu. Rogan, por sua vez, continua a ser um ícone cultural, com milhões de fãs, mesmo com artistas e ativistas tentando boicotá-lo. A chave para esse fenômeno é a base de seguidores dedicados dessas figuras, que se mantém fiel, independentemente dos esforços de censura.
De plataforma para influência: como a mídia social mudou tudo
As redes sociais e as novas plataformas de mídia alteraram permanentemente o poder das figuras públicas. Hoje, qualquer pessoa com um público dedicado tem a capacidade de se manter relevante, mesmo fora do mainstream. O sucesso de figuras como Joe Rogan, Steve Bannon e Nick Fuentes, que prosperam apesar de suas controvérsias, exemplifica como a descentralização da mídia enfraqueceu o controle dos gatekeepers.
Quando Tucker Carlson, ex-âncora da Fox News, foi demitido pela emissora, muitos se perguntaram como isso afetaria sua popularidade. No entanto, sua virada para o Twitter mostrou que, mesmo fora da rede tradicional, figuras com seguidores fiéis ainda têm uma plataforma de impacto considerável. Assim, a fragmentação da mídia significa que não há mais um único “centro” cultural que possa marginalizar figuras indesejadas.
O impacto do fim do gatekeeping na política e na cultura
Embora a falha do gatekeeping possa ter alguns aspectos positivos – como maior liberdade de expressão e a possibilidade de dar voz a aqueles excluídos pelas elites – ela também traz sérias consequências. Ao dar poder a figuras como Trump, que ameaçam instituições democráticas, ou radicais de direita como Fuentes, que fazem declarações extremistas, o novo cenário político coloca em risco a integridade das normas democráticas.
A falência das tentativas de silenciamento é um reflexo de uma mudança mais ampla: a morte do velho regime político-midiático que controlava o debate público. Enquanto as elites tentam manipular a narrativa, a ascensão das plataformas digitais e a fidelidade de suas bases de apoio permitem que os mais radicais ressurjam e ganhem poder. O “cancelamento” que antes parecia eficaz agora está demonstrando suas limitações, com uma nova era de influência digital no horizonte.
A Nova Era da Política e Cultura Americanas
O fracasso das tentativas de deplatformar Trump e seus aliados nos mostra que os velhos métodos de controle político e cultural não funcionam mais. A ascensão das redes sociais e o aumento da influência de figuras radicais indicam uma mudança permanente na dinâmica de poder nos Estados Unidos. Se o gatekeeping não pode mais controlar o debate, o que isso significa para o futuro da política americana e para a integridade de suas instituições democráticas?