Em sua reação, Waiãpi argumentou que o projeto impõe uma visão externa à realidade da Amazônia e desconsidera as necessidades das populações locais, incluindo ribeirinhos e indígenas. “Na Amazônia, existem pessoas que têm o direito de ser ouvidas e defender seus próprios interesses”, afirmou a parlamentar.
Waiãpi, que representa o estado do Amapá, afirmou que a proposta é uma ameaça ao desenvolvimento da região e criticou as intenções por trás da iniciativa. “Não aceito que pessoas do Sul e Sudeste queiram ditar a vida na Amazônia. Estão defendendo interesses e discursos internacionais que, ao impedir o progresso e o enriquecimento da região, querem, na verdade, condenar ribeirinhos e indígenas à pobreza extrema, sob o pretexto de proteger o bioma”, declarou.
Durante seu pronunciamento, a deputada fez uma comparação provocativa: “Com todo o respeito ao povo paulista, queria fazer uma pergunta: se eu, deputada do Amapá, propusesse que tudo aquilo que São Paulo arrecada fosse transferido para os cofres do meu estado, vocês aceitariam? Pois é, não aceitariam. Mas é isso que estão fazendo conosco: querem impedir que exploremos nossas riquezas e condenar o Norte à estagnação.”
Silvia Waiãpi reafirmou seu compromisso em combater a proposta. “Onde quer que esse projeto esteja, nós vamos atrás e vamos reprovar. O senhor, deputado Ivan Valente, não condenará o cidadão do Amapá e da Amazônia brasileira à miséria. Porque é isso que significa essa interferência: manter o meu povo sem qualquer possibilidade de se beneficiar das riquezas do meu País”, concluiu.
O Projeto de Lei 1725/25, que altera a Política Energética Nacional (Lei 9.478/97), ainda está em análise na Câmara dos Deputados e deve intensificar o debate entre ambientalistas e defensores do desenvolvimento econômico da Amazônia.