Com mais de 12 mil espectadores em 12 cidades, Escola de Mulheres retorna à capital, agora no Teatro Moóc

Sob direção de Clara Carvalho, a obra é um gesto de transgressão ao patriarcado e ao conservadorismo, além de trazer à tona com ironia, leveza e elegância, a sagacidade feminina. 

por Lázaro Shekinah

Assistida por mais de 12 mil pessoas em sua trajetória por 12 cidades brasileiras, Escola de Mulheres retorna à capital paulista, agora no Teatro Moóca, no Moóca Plaza Shopping. A nova temporada acontece de 11 de janeiro a 1º de março, com sessões aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 18h.

Sob direção de Clara Carvalho, a obra é um gesto de transgressão ao patriarcado e ao conservadorismo, além de trazer à tona com ironia, leveza e elegância, a sagacidade feminina. 

A montagem é protagonizada por Brian Penido Ross, prêmio Bibi Ferreira, que está em cena ao lado de Ariell CannalFelipe SouzaFulvio FilhoGabriela WestphalNando BarbosaLeandro Tadeu, Paulo Marcos, e Vera Espuny.

“Este é um texto escrito em 1662, quando Molière tinha 40 anos e estava na plenitude de sua potência criativa. Ele também fazia o papel de Arnolfo, personagem que repele frontalmente a ideia de ser traído e, para isso, educa a jovem Inês para que ela se torne sua esposa ideal, criando-a na mais absoluta ignorância. Mas, como em muitas de suas peças, as personagens femininas de Molière são perspicazes, inteligentes e descobrem como se empoderar numa circunstância a princípio desfavorável e o plano de Arnolfo mostra-se muito difícil de implementar. Sente-se no texto a simpatia de Molière pelas mulheres. O machismo patológico é escancarado, ridicularizado e, sentimos um viés francamente feminista. É esse viés que colocamos em cena”, comenta Clara Carvalho.

A peça, que foi um sucesso estrondoso na sua estreia em Paris, e gerou infindáveis discussões sobre a polêmica comportamental que trazia, é exemplarmente clássica, com unidade de tempo – tudo se passa em 24hs – espaço e ação e a encenação busca mesclar sugestões do século XVII com traços contemporâneos. Tudo se passa numa praça e, ao fundo, um painel com o sol nos remete a Luís XIV, patrono das artes e da trupe de Molière. Por conta da polêmica que seu texto gerou, Molière escreveu logo, depois da estreia, uma outra peça para responder a seus detratores, A Crítica à Escola de Mulheres.

Brian Penido Ross comenta as características de seu personagem e as comparou com outros clássicos do autor: “Arnolfo é um burguês de meia idade e está sujeito às convenções do amor e do casamento, ao contrário do comportamento libertino dos homens e mulheres da corte de Luís XIV. Ele faz toda sorte de intrigas sobre homens que foram traídos e deseja obsessivamente não se tornar um deles. Molière tem uma galeria genial de personagens com comportamentos compulsivos, como Argan, de O Doente Imaginário, ou Harpagão, de O Avarento. Num momento em que o Brasil está lidando com pautas conservadoras e repressivas, rir de Arnolfo e acompanhar a rápida e comovente evolução de Inês em sua compreensão do mundo é muito salutar.”

Ariell Cannal, um dos idealizadores, ressalta a atualidade do texto clássico: “É incrível que um texto escrito há 360 anos converse tanto com a nossa realidade contemporânea. Numa sociedade onde as mulheres precisam de projeto de lei para conquistarem a igualdade salarial, um autor tão feminista como Molière pode mostrar à plateia que as vontades e desejos femininos têm, sim, força e razão de existir. Molière é um autor necessário”

Durante a preparação da peça a equipe se inspirou em filmes como A Viagem do Capitão Tornado, (1990, de Ettore Scola; Molière, (1976, de Ariane Mnouchkine); O Rei Dança, (2000, Gérard Corbiau); Vatel – Um Banquete para o Rei, (2000, Roland Joffe, além montagens disponibilizadas pela Comédie-Française e pelo Teatro Odéon.

 

Ficha técnica:

Idealização: Ariell Cannal, Brian Penido Ross e Clara Carvalho. Texto: Escola de Mulheres. Autor: Molière. Direção / Tradução / Adaptação: Clara Carvalho. Elenco: Ariell Cannal (Horácio), Brian Penido Ross (Arnolfo), Felipe Souza (Cupido), Fulvio Filho (Crisaldo), Gabriela Westphal (Inês), Nando Barbosa (Alain), Leandro Tadeu (Oronte), Luiz Luccas (Henrique), Vera Espuny (Georgette). Diretor Musical: Gustavo Kurlat. Diretor de Movimento: Guilherme Sant’Anna. Iluminador: Wagner Pinto. Cenógrafo: Chris Aizner. Cenotécnico: Denis Chimanski. Figurinista: Marichilene Artisevskis. Design Gráfico – Cenário: Adriana Alves. Design Gráfico – Divulgação: Mau Machado. Fotógrafo: Ronaldo Gutierrez. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Assistentes de Produção: Nando Barbosa e Paula Stricker. Produção Executiva: Nando Medeiros. Diretor de Produção: Ariell Cannal

Serviço:

ESCOLA DE MULHERES 

De 11 de janeiro a 01 de março de 2025.

Sábados, às 21h; e domingo, às 18h

Ingressos: Plateia Premium R$100 / R$50. Plateia Select: R$80 / R$40.

Classificação: 12 Anos. Duração: 85 Minutos

TEATRO MOÓCA

Moóca Plaza Shopping

Rua Capitão Pacheco e Chaves, 313, São Paulo – São Paulo

https://www.teatromooca.com.br/

© 2024 Shekinah.News Inova Simples I.S  Todos os direitos reservados.